quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Poema: Eremités




Eremités


Missiva característica de isolamento
Muito dada à elucidação de esfinges
Ao acaso de passos rasos
Já sem a pressa da inquietação revolta
No instante agora
Apoiando-se pelo bordão da vigilância serena
Surge na aparência descuidada dos anos já traçados
Vem junto a consigo a luz do saber
Refletida a face de muitas luas e sóis vividos
Trazendo em si o brilho reluzente da verdade do tempo
Clarificando o passado obscuro de pensamentos confusos
Chamejando o presente conturbado de anseios inerentes
Coruscando o futuro de passos incertos com a calmaria da sabedoria
Aforismo alvitre de profunda ponderação
Recolho-me ao silencio do insulamento descontente
Peregrinando por caminhos incógnitos
Desbravo a estrada sombria
Sem os receios da inquietude imatura
Tenho em mão a chama da elucidação
Trago bem próxima aos olhos
Caminhando pelos labirintos empoeirados de minha existência
Envolto a austeridade de costumes inflexíveis
Em tal modo protejo-me de meus estremeções insanos
A ciência adquirida do isolamento pode vir a ser um fardo
Inda sim necessário
Liberto de esperanças convenientes
Imediatamente o consulente de minha essência
Ofereço-me ao espírito do sacrifício
Em recuo deste meu momento
Ambiciono o que me interessa
Desprender-se de inconseqüentes investidas
Tornando-me assim a busca pelo conhecimento que me rodeia


...
Autor: Welton Machado Guimarães
Criado em: São Paulo, 18 de junho de 2009


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