quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Poema: O Alquimista e o Passadio do Destino






O Alquimista e o Passadio do Destino




Posso ver como se fosse hoje
Posso sentir o cheiro como se fosse hoje
Lembro-me de cada detalhe desse dia passado
Vivo em minha mente
Vislumbrado para o todo sempre
O prenuncio era inevitável
As cartas remedidas eram o cardápio
Ditavam os acontecimentos a se seguirem
E como em um filme
O roteiro era uma ilusão que nesse dia
Sua consagração seria encenada
A luz se apagou
A noite caiu sobre nós
O som era incrível
Inacreditável
Era o silencio se manifestando
Os olhares se cruzavam
As horas passavam
E demoravam a passar
O relógio natural a nos iluminar
Sim era a Dama da noite
Incomparável e grandiosa Selene
Sim, a Lua, cheia em sua graça
Avermelhada como o desejo que nós rondava
O calor era insuportável
E o suor salgava os corpos
Embebidos pela excitação da proximidade
Frente-a-frente
Os corpos se contorcendo
Esperando o grito preso se soltar
Das amarras do acanhamento
Quando de repente
Aconteceu!
Nossas mãos se cruzaram por cima da mesa
Na qual nos nós sentávamos as voltas
Observando a noite avançar
E avançamos, por cima um do outro
E a mesa foi o palco
A mais tórrida cena de amor já concebida
Foi iluminada por Selene,
E alguns pontos luminosos no céu
Tornou-se a platéia
Não sei dizer quem beijou quem
Só sei que foi intenso
Os lábios se tocando com fúria
Um fervor consumindo a boca
E as línguas se cruzando
Os corpos se despindo de suas vestias
Que para mais nada serviam
Eram apenas obstáculos
Na imaculada e deslumbrante realidade
Nossos corpos esgrimidos
Na selvageria de nosso desejo
O gosto muitas vezes imaginado
Agora era paladar
Salgado
Molhado...
Úmido
Ela deita por sobre a mesa
A voltei de pernas para minha boca
E a língua se contorcia
Percorrendo o corpo de minha adorável
Degustando de seu sabor
Num frenesi relaxante
E seus doces gemidos a me embalar
No ritmo do querer mais
E a língua perdida no desconhecido
Saboreando a maturidade juvenilis
As horas correm
E contra as horas
O meu desejo de que à noite
Não vire o dia
E o Sol ilumine nosso recanto
Meus pensamentos se perdiam
E quando dei por conta
Estava com o corpo todo alagado
Pelo suor ardente
De o constante prazer deliciado
Reconfortado nos lábios dela,
E as caricias se seguiram
E seus delicados seios se tornaram meu alvo
Meu néctar dos Deuses do Olimpo
E dele me ousei saborear
E era divino!
Duas colinas, o par a minha desbravadora sede 
A vida me sorria
E tudo que conseguia realizar
Eram suaves movimentos nesses lindos
Maravilhosos e suculentos
Seios...
Tendo entre meus dedos
A ponta de uma obra de arte da natureza
E a massageando cautelosamente
Observando o demais do corpo se contorcer
Por sobre a mesa inundada pelo suor
Levantando um instigante cheiro de madeira molhada
Os corpos se viram um contra o outro
E agora sou observado por ávidos olhares
Já não sou mais o condutor de minha historia
E ela se dividiu aqui: no antes e depois!
A violação de minha carne começa
Os lábios dela fervem meu corpo
Que se entrega sem resistência alguma
E os deixo percorrer toda a minha extensão corporal
A ousadia toda forma,
Rumo e lugar!
E começa da seguinte forma:
Com saborosos beijos em minha boca
E ardentes mordiscadas em meus lábios
E não para...
Continua por meu corpo
Surgindo pouco acima de meu peito
Em uma excitante mordida
Dolorosa
Que extrai de meu interior
Um feliz gemido de dor
E elas continuam
As mordidas se tornam mais intensas
E suavizadas em leves e suaves beijos molhados
Por sobre meu peito
Êxtase e total
Não tenho forças para reagir
E minha adorável provação continua
E meu corpo é demarcado
As unhas são cravadas
Rasgam minha pele
Enquanto minha barriga serve de cálice
Meus sentidos se perdem
E quando volto a dar por si
Sinto uma nova mordiscada
Suave...
Minhas virilhas são o ponto de encontro
Uma de suas mãos segura-me com firmeza
Enquanto a outra, corre livremente
Sinto seus seios tocarem minhas pernas
Enquanto sou deliciado
E que delicia
Ela não pára...
Ousada e inspirada
Segue a língua a me surpreender
Sinto-me tal qual um sorvete
E dentro de sua boca me desfaço em calor
Os fôlegos se perdem
Os olhos se cruzam em olhares certos
E o ritmo é tão frenético
Que até a física contraria o atrito
Como sendo impossível de se realizar
Nova pausa...
O fôlego se fosse dispensável,
Seria a entrada do paraíso
E para lá onde fomos
De mãos dadas
Nosso porto dos sonhos
Tornou-se o gramado orvalhado pela madrugada
Gélido...
Instigante...
Excitante...
Receptivo...
Sou jogado de encontro ao solo
Domado...
Sou o cavalo alado
Que se prepara para guiar ao céu
E tocar a noite
Sobre meu corpo molhado
Que já não consigo descrever,
Se por suor ou se pelo orvalho da noite
Ela encontrasse deslumbrante
Esfregando seu corpo de contra o meu
Num gingado alucinante
Olhando em meus olhos quase dispersos
Curva-se por cima de meu corpo
E volta a me beijar
Lábios tórridos
E os beijos se estendem
E assim continuo a contar
Minhas mãos passam a se encontrar
Em sua nuca, molhada!
Seus cabelos longos me atiçam
E os seguro de forma assim ficar
Puxando-os com força
Retraindo seu corpo
Quando sinto uma de suas mãos descer
Deslizando por sobre meu peito
E seguindo abaixo, sempre.
Sem pausa para descanso
Levanta-se por sobre os joelhos
E me conduz ao desconhecido
A sensação é indescritível
Não ousaria nem tentar
Mas a suavidade de sua pele tocando a minha
Essa é inesquecível
A sutileza com a qual conduzia
Movimentos simétricos
Subia e descia
Variando:
Intensidade em força e velocidade
O que me deixava ainda mais excitado
Os gemidos
Contraídos pelo prazer
Expandiam-se, ecoando ao longe!
Assim o dia nasceu
E os primeiros raios de sol
Tocaram nossos corpos
Fundidos pelo desejo
Que aqueceu nossa noite




...
Autor: Welton Machado Guimarães
Criado em: São Paulo 13 de outubro de 2007

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